Segunda-feira, 09.07.12

Poema do Verão

Despertar.

Boca seca,

corpo colado à cama,

um braço dormente procura o copo de água.

Seca esposa que bebe e não o enche.

O membro moribundo atira-o ao chão.

Mil pedaços como confettis,

seriam mais fáceis de aspirar,

mas a alcatifa estava velha.

Deserto na boca,

estala o cabedal da língua

abrem-se fendas como terramotos.

Engulo o calor que arde por um oceano.

Na barriga um rio a mão encontra,

tanta água de fortes correntes e algas finas.

Rio salgado são dedos na boca.

Olhos fechados, não há companhia,

apenas vergonha.

Despertar.

Boca seca,

corpo colado à cama.

Super Bock, ligar os motores,

daqui a pouco canta o galo.

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Segunda-feira, 02.04.12

O sorriso

Uma história contagiante

partida pelos silêncios das palavras

sala inundada

etér da alegria

que força é esta?

um músculo que se torce

repica e estica

comprime os pêlos da barba

Será prudente ceder?

Que acharão as pessoas?

Ignorância familiar, mau gosto, cretinos

mas uma gota pela cara já escorre

Há um lenço como beiral

que só apanhou um prado seco

Vem a lágrima da alegria ter

ao cantinho da boca morrer

Uma mistura de prazer e requintes do almoço

corre o caudal de uma grande lágrima

intensa de riso e acidez

o goto enche-se de vez

um aperto, um desespero, um bate bate

112, uma manobra por trás, e uma benção

olhares fitam o chão sem perceber de que lágrimas serão.

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publicado por fax às 06:59 link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito
Terça-feira, 10.01.12

O inverno!

Gosto muito do inverno! Até fiz uns poemas há uns dias sobre esta altura do ano, porque às vezes tenho uns rasgos de poeta e escrevo no telemóvel quando ando no trabalho. A minha mulher diz que gosta e o meu filho diz que também gosta mas não percebe bem o que eu quero dizer. Ainda é novo e não percebe nada das artes. Aqui fica a dor de um sofredor:

 

O inverno

 

O inverno é frio

o inverno não é quente

por mais que corte lenha

o meu coração sente

 

Orvalho na relva

mais um saco de pinhas

fui buscar ao longe

a vida é dura

 

cortar, cortar, cortar

carregar, carregar, carregar

meter tudo na carrinha de caixa aberta

para levar, levar, levar

 

cortar lenha é dor que dói e não se sente

a não ser que caia um cavaco

num pé sem meia

e te dê diarreia

(este é a gozar)

 

A vida está difícil

e lenha eu queria vender 

mandem pedidos para o meu email

que depois eu vou ver

 

A dor o sofrimento,

tudo em mim é um lamento

mas enfim...

vamos vivendo ao relento!

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Alexandre Fax - vendedor de lenha, pinhas e carumas variadas.

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