O meu novo corte de cabelo

Ando com uma vida lixada! Como só podia ir cortar o cabelo no dia 17 a minha mulher chegou-se à frente e disse que mo cortava ela. Eu acho estranho porque ela nem liga a essas coisas, por isso deve ter feito da boa e já se está preparar para me contar.

Eu aceitei, porque senão tinha de andar mais quinze dias com o cabelo húmido a manhã toda. Assim mais curto seca mais depressa e não me faz comichão na nuca e nas orelhas.

 

Eu disse à minha mulher para cortar o cabelo para o chão, que depois ela varria tudo, mas ela não quis porque já tinha aspirado a cozinha de manhã, então obrigou-me a ir para dentro da banheira, sentado numa caixa de cartão e todo nu. Parecia um daqueles refugiados que são lavados com jactos de água dos bombeiros e depois fazem-lhes a barba com uma lâmina de x-acto.

A minha mulher não encontrou a tesoura e então teve de cortar o cabelo com a tesoura dos frangos e de abrir os pacotes do leite (se bem eu lhe sugeri duas pedras para não ser tão perigoso) o que acabou por ficar uma bela merda, mas também eu sou quase careca e ando sempre com um boné. E ainda poupei 15 euros na Cristina Cabeleireiros que me dão agora para comprar um CD que eu queira.

 

O corte demorou quase uma hora e meia, e a caixa de cartão onde estava sentado, como absorveu os restos de água da banheira, começou a desfazer-se. Tive de acabar de fazer as suiças já de joelhos na banheira, mas como era no final e já havia muito cabelo cortado, juntei tudo e fiz uma almofadinha para não me magoar nos joelhos.

 

Uma coisa gira que no fim aconteceu foi ter ficado com os ombros com ainda mais pêlo. A minha mulher disse que eu parecia o Tony Ramos, mas não gostei do tom em que ela disse isso, porque há uns anos ela achava-o alto pão e se calhar ainda tem sentimentos por ele.

 

Eu dentro da banheira antes do corte, depois do corte é melhor não verem.

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