Se eu fosse um homem das cavernas

Às vezes penso como é que seria se eu tivesse nascido noutra altura do mundo. Acho que o que eu preferia era ter nascido no tempo das cavernas.

O dinheiro é uma coisa recente, e por isso, antigamente o fogo era a moeda de troca. Por exemplo se eu fosse à caverna da mercearia e quisesse comprar um bocado de queijo flamengo, dava uma tocha a arder, e eles de troco davam uma tocha mais pequena. Ou quando não tinham davam em fósforos pequeninos.

 

Eu gostava de viver nesta altura porque com o meu negócio ia brilhar e ser a pessoa mais rica da planície. Lenha é daquelas coisas que era extremamente valiosas naqueles tempos. Ninguém fazia nada sem lenha. Era preciso construir uma estante billy para a caverna, usava-se lenha. Era preciso fazer um baloiço, tinha de ser em lenha. Quando fosse preciso fazer armas, eu derretia o ferro todo e guardava-o longe de toda a gente, e passava eu a vender as minhas armas. Só vendia matracas, feitas de paus de mimosas velhas, e ficava ainda mais rico.

 

O melhor dos tempos das cavernas é que ainda não havia espécies em vias de extinção e por isso podíamos caçar tudo e queimar todas as madeiras que existissem. Sandes de mocho grilo, ou torresmos de mamute iam ser os pratos que a minha mulher ia vender para fora. Em regime de take away e mini prato.

 

O que é mais revoltante para mim é eu ser uma mente criativa, mas porque nasci no século XX não tenho maneira de pôr as minhas ideias em prática.

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