Palavra pass
Em novembro de 2011 comprei um computador e comecei este blog. O computador tem me dado muito jeito para encontrar novos clientes e as vendas dispararam em flecha (para cima). Sinto também que me aproximei muito das tecnologias. Tenho neste espaço um cantinho só meu que me deixa desabafar e ser livre por alguns breves momentos.
Acontece que a minha privacidade tem de ter uma palavra pass por causa da minha mulher ou das visitas que ela traz cá em casa, que querem sempre pôr vídeos estúpidos aqui a correr. E são sempre gatos e essas merdas que ainda por cima estão sempre a dar na SIC depois do jornal.
Uma vantagem gigante do Asus que comprei é ter um identificador de impressões digitais. Tratei logo de o trancar com a minha senha digital. Por acaso, naquele eu tinha o indicador todo lixado e andava com um penso rápido, derivado de uma farpa de mimosa seca mais esbarradiça que me tinha atacado. Se passasse o meu dedo ferido, depois quando sarasse, as impressões digitais iam ser diferentes e nunca mais conseguia entrar no meu computador para fazer posts.
O meu filho Hélio perspicaz como ele é, mas também inteligente e forte, disse que em vez de eu usar a minha impressão digital podia usar a da nossa gata, que o computador até ficava mais seguro. O meu filho Hélio para o ano deve entrar para computadores em Aveiro.
A ideia de usar a gata Lolita foi das melhores que ele teve, desde a do coador das lentes de contacto. A nossa gata chama-se Lolita porque há uns anos nós tivemos um Toyota Corola e a minha mulher gostava muito desse carro. Então quando estávamos a pensar no nome da gata, a minha mulher disse Corola, Lola, Lolita. E pronto. Também se teve para chamar 127 por causa de um Fiat que eu tive, mas ela achou isso uma estupidez e disse que os gatos não respondem a números porque ficam a pensar que estão no exército e não obedecem às ordens.
Foram precisas duas pessoas para agarrar a gata e passar a pata no momento em que o computador pedia a impressão digital. Tivemos ainda de chamar o meu vizinho Edgar com as luvas e o capacete da solda para ajudar a segurar.
Naquela mesma tarde arrependi-me de ter usado a impressão digital da gata Lolita. Estava à espera da confirmação de um carregamento de troncos ricos de nespereira e o estupor da gata Lolita tinha ido aos gatos. Tive de esperar 4 dias para que lhe passasse o cio para ela voltar para casa. Por isso se não vinha mais vezes à net é porque estava à procura da bicha ou estava a sarar arranhões meus ou do computador Asus, que como tem ventoinhas que sopram alto acagaçam a gata sempre que se aproxima.
Ontem a gata Lolita morreu num acidente de jardinagem. Têm sido momentos difíceis cá em casa. A minha mulher quer agora comprar um gato e chamar-lhe Avensis. Diz que se é para mudar tem de ser para melhor. Para poder continuar a vir ao computador cortei a pata da gata Lolita. Tinha-me custado menos se a tesoura dos frangos tivesse mais afiada como já tenho pedido à minha mulher várias vezes. Como da vez que me cortou o cabelo.
Até sempre Lolita. Trago-te para sempre no coração, e no bolso como porta chaves.