Idas ao minipreço e papel higiénico

Odeio que a minha mulher me mande fazer recados.

Ontem ela mandou-me ir comprar fruta, graxa de botas, preservativos, peixe congelado e papel higiénico. E o papel higiénico é que é o grande problema de trazer para casa porque nao cabe em lado nenhum e toda a gente vê que eu levo o saco do papel o que não é nada másculo.

 

E o pior é que não há embalagens de papel higiénico que caibam num sítio decente para serem levadas. São sempre pacotes de 36 rolos ou mais, como se as pessoas não fizessem mais nada se não andar a limpar as gaifas. Parece que as marcas de papel higiénico zelam mesmo por nós, para que num momento de aflição nunca tenhamos de tirar uma das meias para nos limparmos. A minha mulher odeia isso porque já teve de limpar alguns pares meus. Mas o que é que é melhor, gastar dinheiro em meias novas ou lavar umas que têm merda? (quando lhe digo isto ela cala-se logo!)

 

E logo ontem, vinha eu pela rua, a tentar esconder o papel conforme passava pelas pessoas, passo por uma esplanada que estava cheia de gajas boas. Todas ao sol e todas muito boas. Senti-as mesmo a olhar para mim, tipo a desiludirem-se a cada rolo que contavam da embalagem. A cada palavra que liam no plástico de fora senti-as a perderem o tesão por mim. Gajas arrogantes é o que eram.

Até silêncio se fez na rua. E isto para eu chegar a casa, dar as compras para arrumar à minha mulher e ela me dizer que afinal ainda tínhamos papel higiénico. Uma embalagem por encetar.

publicado por fax às 11:21 link do post | comentar | favorito